sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Presépios, novenas e mais questionamentos protestantes



Ah o Natal! não há uma só alma que por mais relutante, seja capaz de resistir aos encantos desta festa, até mesmo os mais céticos se deixam fascinar de alguma forma pela formosura das casas, ruas e Igrejas enfeitadas e iluminadas. Para completar os adornos típicos desta época, os símbolos e as figuras relacionadas ao nascimento de Jesus Cristo também se fazem presentes, e não é para menos, haja vista que ao lado da Páscoa, é a festa mais importante do cristianismo.
Para alguns, o momento é mais propício às compras e ao consumo do que para a oração e a reflexão, por este e outros motivos, a figura do “bom velhinho”, vem gradativamente substituindo aquela imagem simples da Sagrada Família perplexa diante do nascimento do salvador, disputando espaço entre os animais num estábulo pouco abastado. É nesse contexto que se observa a desfiguração do real sentido desta festa, sentido este que vem perdendo espaço para uma nova forma de idolatria: o consumismo desenfreado.
Para os mais religiosos e fervorosos esta festa não pode passar em branco. Muitos destes, por mais modestos que sejam, se dedicam a enfeitar suas casas com luzes, presépios e figuras representando o nascimento de Jesus, sem falar na preparação espiritual configurada nas famosas novenas de Natal. Surgem também nesta época (como era de se esperar), diversos questionamentos por parte dos protestantes, dos quais se destacam os seguintes:- Todos os lugares que passo agora tem presépios, aonde está escrito na bíblia que as pessoas devem fazer presépios, isto é inclusive condenado por Deus. E Novenas, Deus nunca mandou fazer novenas de Natal qual o fundamento bíblico dos Católicos para fazê-la??.
O Pe. Paulo Ricardo, em uma de suas aulas mostra que perguntas como estas, já se apresentam de forma errada, afinal, para nós católicos nem tudo o que norteia a nossa fé precisa estar na bíblia. Para uma explicação eficaz sobre o assunto precisamos dar uma fundamentação baseada na fé católica, que encontra respaldo na Sagrada Tradição e no Sagrado Magistério. Vamos então tratar de cada tema particularmente, iniciando pelo uso de presépios, passando posteriormente para as novenas.
Muito bem, em primeiro lugar, cabe explicar que os presépios são antes de tudo, imagens que representam o nascimento de Jesus. Alguns protestantes não cansam de afirmar que o uso de imagens pelos católicos configura pecado de idolatria, fundamentando sua argumentação na passagem do livro do Êxodo (Ex 20,3-4), porém, negligenciam outra passagem em que Deus ordena a confecção de uma serpente de bronze (Números 21,4-9) para salvar o povo da idolatria que cometeram ao adorar um bezerro de ouro.
Com relação a esta acusação, cabe observar ainda que a palavra idolatria, vem do latim idolus, termo este, derivado do gregoeidolon, que significa, imagem ou objeto ao qual se atribui vida e poderes próprios. A Igreja Católica nunca aprovou a idolatria, inclusive, tal prática é condenada e considerada como pecado grave (CIC, 2112, 2113, 2114). Idolatrar significa colocar um objeto qualquer no lugar de Deus criador, fato este que não se encaixa no caso das imagens sacras da Santa Igreja, visto serem estas apenas uma representação, tal como uma foto de um parente querido que serve para ser lembrada e não adorada.
A tradição de montar presépios tal como conhecemos hoje, teve sua origem em 1223, sendo que a primeira representação foi criada por São Francisco de Assis, cujo objetivo era justamente o de retratar a forma simples e modesta que o Salvador nasceu. Apesar disso, observa-se que já nos primeiros anos da era Cristã, os fiéis da Igreja procuravam descrever o nascimento do Salvador através de imagens (pesquisar sobre as Catacumbas de Pricila).
Com relação às novenas, começamos explicando a sua origem histórica baseada na Sagrada Escritura, mais especificamente no livro dos Atos dos Apóstolos (At 1,1-11), em que se apresenta a passagem da Ascensão do Senhor aos Céus. Teólogos e historiadores afirmam que entre a Ascensão e o Pentecostes passaram-se 9 dias, sendo que neste intervalo, a comunidade cristã ficou reunida em torno de Maria e dos apóstolos em assídua oração (At. 1-12-,14). Portanto, as novenas sempre fizeram parte da devoção cristã desde o início, e com este gesto procuramos repetir a manifestação de fé dos apóstolos conforme a passagem acima descrita.
Considerando o fator espiritual, deve-se observar que as novenas levam os cristãos à oração persistente, perseverante e incessante. Assim como Maria e os apóstolos reunidos durante nove dias no Cenáculo em Jerusalém em perseverante oração, aguardando a graça maior (O Espírito Santo), também nós católicos nos reunimos em casa, na Igreja e até mesmo à distância, durante 9 dias para clamar as graças espirituais necessárias para as nossas vidas.
Nota-se portanto, que tanto o uso de presépios quanto as novenas de Natal configuram exercícios espirituais Católicos, que tem como objetivo a manifestação pública da fé e a intensificação das orações respectivamente. A verdadeira idolatria desta época é o desvio do nosso valioso tempo que deveria ser destinado à oração e a reflexão, para as compras excessivas. É óbvio que com isso não estamos condenando as compras de Natal, apenas estamos demonstrando que toda as nossas ações merecem temperança. Segue abaixo um plano espiritual para um Natal Santo e Cristão:

1-Montar um Presépio modesto em casa;
2-Participar das novenas de Natal com sua comunidade (condomínio, rua ou Igreja);
3-Buscar a confissão antes da Santa Missa de Natal;
4-Participar da Santa Missa de Natal;
5-Fazer pelo menos uma obra de caridade.
Deus abençoe a todos, e que façamos um Natal verdadeiramente Santo

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