quinta-feira, 9 de julho de 2015

O Dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria



   Entre dos pontos mais atacados pela doutrina protestante em nosso tempo presente, estão sem dúvida aqueles que fazem referência à Santa Mãe de Deus, entre os quais está o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Não é incomum escutar questionamentos sobre o embasamento bíblico para considerar Maria como uma mulher santa e digna de orações dos fiéis aqui da terra. Também não é de se admirar a discussão em torno destes argumentos já que para se compreender os dogmas Católicos não basta somente a palavra de Deus isoladamente, mas um entendimento profundo do contexto e da coerência teológica que existe por detrás de cada mistério. Vamos apresentar as respostas para este questionamento específico, através bases lógicas expressas no Sagrado Magistério, e na obra principal de um dos maiores doutores da Igreja de todos os tempos: São Tomás de Aquino, através da Suma Teológica.
   Em que pese o reconhecimento prévio deste conceito teológico, muito antes nas obras de São Tomás de Aquino e de outros patrísticos que lhe precederam, este somente veio à ser declaradamente reconhecido em 1854 pelo Papa Pio IX, mas nem por isso a comunidade cristã deixou de reconhecê-lo nos períodos anteriores. De fato, não se encontram vestígios explícitos deste conceito nas Sagradas Escrituras, porém, essa mesma atesta que a mãe de Jesus recebeu uma graça peculiar antes mesmo de conceber o Cristo quando o Anjo chama Maria de “Cheia de Graça”[1]. Ora, para que o verbo pudesse habitar algum ventre na terra, este não poderia estar manchado por qualquer pecado pois Deus não habitaria templo algum sujo pela iniquidade.
   Além das Sagradas Escrituras, a Igreja conduz seus fiéis através do Sagrado Magistério que esclarece o conteúdo apresentado pela palavra de Deus. Sobre este dogma, o Catecismo atesta a lógica já identificada anteriormente, qual seja, a de que Maria precisou ser purificada do Pecado Original a fim de que este não fosse transmitido através da carne ao Verbo Divino, nisto consiste o dogma da Imaculada Conceição de Maria [2]. Essa questão fica ainda mais clara sobre a observação de Santo Tomás de Aquino, senão vejamos:

"Ele é em efeito, o Verbo de Deus. Então, o Verbo é concebido sem corrupção alguma do coração, não somente isto, mas a corrupção do coração não permite a concepção de um verbo perfeito. Por consequência, como o Verbo tomou a carne para que fosse carne do Verbo, seria conveniente que também fosse sem corrupção a sua mãe."[3]

   Perante essa afirmação de Santo Tomás não restam dúvidas de que a santificação do verbo, para salvar a humanidade do pecado, necessitava de uma carne pura e livre do pecado original que seria transmitido para o filho de Deus no caso da mãe ser manchada pelo mesmo. Maria foi assim, Imaculada e argumentar contra isso seria o mesmo que justificar a impureza do próprio Verbo.
   No que concerne a intercessão de Maria, que também é atacada pelos irmãos separados, podemos argumentar da seguinte maneira. Na passagem descrita em Mateus [4], Jesus envia os 12 apóstolos e lhes dá o poder de curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios. Ora, se o próprio Cristo deu este poder aos discípulos aqui na terra porque isto cessaria após o martírio dos mesmos? O que dizer então daquela que trouxe o Verbo ao mundo? Não receberia essa graça ainda maior no céu junto ao seu filho pois antes do Verbo convocar os seus Maria já era chamada a participar da obra da Salvação.
   Estas são uma parte de várias explicações e conjecturas que podemos fazer em torno deste tema que gradativamente vamos tratar aqui neste blog. Por fim, vale lembrar que, todo o ataque incitado pelos protestantes contra a Igreja, giravam invariavelmente em torno da falta de compreensão sobre os fundamentos da nossa fé. Não se pode julgar sem antes analisar, por isso, precisamos sempre nos aprofundar. Que Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida seja a nossa guia nesse Apostolado

Nossa Senhora Aparecida, Rogai por Nós!


REFERÊNCIAS
1. Evangelho de São Lucas 1,28
2. Catecismo da Igreja Católica § 491
3. São Tomás de Aquino. Suma Teológica. III, q.28, a.1
4. Evangelho de São Mateus 10,8-10

Nenhum comentário:

Postar um comentário