sexta-feira, 22 de maio de 2015

A Missão de Maria



   Aqui neste blog, alguns dias atrás, um colega Protestante que se apresentou com o nome de Antônio nos questionou sobre a missão de Maria no Plano de Salvação da humanidade. Sua indagação trouxe uma série de dúvidas, as quais buscaremos responder aqui neste blog, com base na Sagrada Escritura e no Sagrado Magistério. Essa análise centra-se sobretudo nos seguintes tópicos: Qual foi a missão de Maria? Sua missão acabou mesmo após o parto conforme alegam os protestantes? Se isso for verdade, pela lógica podemos concluir que ela ficou liberada para viver plenamente o seu casamento com o marido José, e por que não o fez? Antes de tudo, vejamos a afirmação do colega antes mencionado.

“...e também dúvido que José não cumprisse com seu dever de marido, não vamos esquecer que Maria foi escolhida por Deus para dar á luz Jesus ora isto foi um ministério de Maria que acabou ao ter Jesus”

   Em primeiro lugar, cabe ressaltar que para se encontrar a verdade, não podemos partir de determinados “achismos”, ou seja, a verdade deve ser concebida através de uma realidade ontológica, ou uma coisa é ou ela não é. Logo de início, o comentarista faz sua crítica partindo de um pressuposto infundamentado e criado por ele mesmo, ao afirmar que São José teria cumprido sua missão plena de marido (inclui-se a procriação), sem qualquer fundamento lógico. Sem dúvida, Deus deu a São José a missão de ser o provedor e protetor da Sagrada Família, ao aceitá-la ele abdicou dos prazeres do mundo, a fim de garantir o sustento material e espiritual do Salvador e de sua Mãe.
   O ponto contraditório da argumentação, encontra-se na afirmação do irmão protestante ao dizer que a missão de Maria acabou quando ela deu a luz a Jesus, ou seja, ela serviu apenas de intermediária para trazer o verbo ao mundo, tendo terminado sua missão após isso, mas vejamos como essa afirmação é equivocada. Na passagem descrita em Lucas 2,51, o evangelista afirma claramente que Jesus era submisso aos seus pais, e portanto, por esta descrição, não restam dúvidas de que a missão de Maria não acabou ao dar a luz ao Salvador, e a lógica do irmão não é válida neste ponto.
   Na passagem do milagre de Jesus, em que este transformou a água em vinho nas Bodas de Caná também denotamos a importância da missão de Maria na história da salvação do homem, quando por meio do pedido dela o Senhor realiza o primeiro milagre (Jo 2,1-11). Há que se observar ainda o trecho das Sagradas Escrituras que faz referência à apresentação de Jesus no templo, pois mesmo sendo Filho de Deus, foi levado pela sua mãe para ser consagrado conforme a lei judaica, ou seja, se a missão de Maria findasse após o nascimento de Jesus, não haveria necessidade deste ser levado pela sua mãe à ser apresentado ao templo.
   Deus escolheu Maria para ser a mãe do Salvador e não foi por acaso como manifestam os protestantes por aí, que não cansam de afirmar que ela foi uma “mulher como qualquer uma”. Ao afirmar isso contradizem a própria Escritura que a chama de “bendita entre as mulheres” (Lucas 1,42). Apesar disso, é muito interessante reconhecer que Deus a escolheu por não encontrar no mundo tamanha humildade(1), uma vez que num mundo carregado de pecados, não teria o Senhor encontrado mãe mais perfeita que a virgem de Nazaré, e foi por isso que deu a ela a missão de trabalhar pela salvação da humanidade junto com o seu filho desde a sua concepção até a cruz, quando subiu junto com este ao calvário, sofrendo as dores do seu filho conforme profetizara Simeão anos antes. Para, saber mais sobre os fundamentos dos dogmas marianos acessem estes artigo: intercessão de Maria 

REFERÊNCIAS
1. São Luiz Monfort. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Relativismo, a mais promissora Religião do Século XXI



   Ao contrário do que comumente se imagina, muitas das pessoas que se dizem "descrentes", seguem uma religião própria determinada pelo seu egoísmo e falta de conhecimento. Quantos não saem por aí, gritando aos quatro cantos que todas as religiões são verdadeiras, ou ainda, que não existe um Deus e você pode fazer tudo o que for bom para você mesmo desde que sua consciência não te julgue do contrário? Este tipo de pensamento, cresce cada dia mais, destruindo a própria vida humana ao se apresentar como um meio de se obter a felicidade completa, a partir da própria consciência. Neste artigo, vamos explicar a origem e o mal por trás do relativismo e como ele avança alcançando até mesmo aqueles que por aí se dizem católicos, e no entanto, seguem uma religião diversa que muitas vezes mescla filosofias e reflexões diferentes, causando uma grande confusão na alma humana.
   Envolto num mundo carregado de materialismo, os seres humanos se afastam cada vez mais da compreensão de si mesmos, sobretudo da sua própria alma, que muitos ignoram ou chegam até mesmo a negar-le a existência(1). Busca-se o prazer desenfreado e já não se tem mais noção do que seja de fato pecado, por isso, Nossa Senhora, em Fátima, alertou a humanidade sobre a necessidade de nos mantermos em constante oração, pois são muitas as almas que vão para o inferno(2). Infelizmente, a mola propulsora que está levando muitos para caminhos distantes da graça é justamente o relativismo religioso. Mas o que seria esse relativismo? O que há de tão mal nisso?
   Certo dia, indo para o trabalho de ônibus, passei em frente a uma Igreja e logo fiz o sinal da cruz. Um rapaz conversando com outro ao meu lado, dizia que lhe admirava a quantidade de pessoas que acordavam cedo para ir à novena naquele Santuário, do qual o outro que o acompanhava logo lhe respondeu: - discordo, acredito que ninguém precise de religião para ser feliz, na verdade as Igrejas são verdadeiras fontes de dinheiro, além disso - continuou ele - se eu quiser posso casar na Igreja já que sou batizado e até participo de grupos de oração mas acho desnecessário ter que ir a uma Igreja para encontrar Deus - Refleti comigo mesmo que assim como este moço, ao longo de minha vida conheci várias pessoas que pensavam dessa forma, inclusive eu mesmo, que vivia “batendo a cabeça” e nunca encontrava a felicidade completa. Ora, se a pessoa não possui humildade suficiente para reconhecer que existe um caminho objetivo e não subjetivo para se encontrar Deus, vai passar a vida inteira correndo atrás do vento(3). É justamente este o grande trunfo do relativismo, fazer com que as pessoas vivam uma religião própria ditada por suas regras e não pela vontade de Deus.
   Nos dias de hoje, é muito comum encontrar pessoas que além de seguir uma religião própria, também seguem várias religiões, misturando os conceitos pensando incautamente que todas são iguais. Cresce o número de adeptos de uma combinação própria das crenças que lhe dão mais prazer, os casos mais comuns são daqueles que vão às missas semanalmente (não necessariamente no Domingo), ora ou outra, escutam alguma pregação protestante, e quando a coisa aperta, participam de centros espíritas. Como é triste para Nosso Senhor saber que muitos não lhe dão ouvidos quando tantas vezes apela afirmando: “Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai senão por mim”(4).
   O mal do relativismo, tal como observamos nos dias de hoje também teve como grande promotor, a Reforma Protestante com seus dogmas do Sola Scriptura e Sola Fide, conforme já demonstramos em outro artigo aqui neste blog. Sem dúvida, algumas seitas que se dizem cristãs por aí, procuram fazer a vontade dos seus líderes que não necessariamente é a vontade de Deus. Poucos dias, atrás indo para o trabalho olhei para uma placa de uma Igreja Batista que dizia assim: A Igreja que é a sua cara!! O dogma do livre exame da bíblia, também não deixa de ser um grande fomentador do relativismo, uma vez que pela interpretação pessoal das escrituras é possível desfigurar o verdadeiro desejo do pai. Não é pequena a confusão existente entre os protestantes visto que alguns já chegam ao absurdo de comprovar biblicamente o aborto(5), e ser à favor do casamento gay(6).
   Sem dúvida, o pensamento relativista avançou de tal modo na sociedade Ocidental que já não se pode mais considerá-lo como uma mera Filosofia e sim como uma Religião. Sendo mais fáceis e acessíveis os prazeres do mundo, é muito mais conveniente seguir um caminho próprio desde que a sua própria alma não o acuse. Ao contrário do que se pensa esse tipo de ideal tende a solapar as virtudes que é a nossa verdadeira felicidade. Vejamos um exemplo bem típico, se uma pessoa é católica, e pensa ser “normal” sair para baladas sem dar atenção à sua castidade, sente num primeiro momento um prazer e sua consciência não o culpa por isso, no entanto, conforme passam os dias, ele sente um vazio tremendo que não é preenchido por estes prazeres. Isso é um grande sinal de que o corpo se satisfaz mas a alma não.
   Portanto, pode-se afirmar que quanto mais cresce o sentimento relativista, maior o número de pessoas insatisfeitas com o seu modo de viver. A explicação para essa busca infindável, centra-se justamente na falta de consideração que o próprio ser humano tem para com a sua alma. Os bens temporais e os prazeres da vida, não são capazes de oferecer uma felicidade contínua que só pode ser encontrada no amor primeiro, ou seja, em nosso Deus.



REFERÊNCIAS
1. Castelo Interior ou Moradas: Santa Teresa de Jesus
2. http://www.devotosdefatima.org.br/aparicoes2.html
3. Eclesiastes 1,17-18
4. João 14,6
5. http://blog.opovo.com.br/ancoradouro/o-discurso-diabolico-de-macedo-sobre-o-aborto/
6. http://www.cmjornal.xl.pt/mundo/detalhe/igreja-anglicana-australiana-reconhece-casamento-gay.html


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Doutrinação ideológica na Educação brasileira – Da invasão do Marxismo à Perseguição nas Universidades


    O Marxismo chamado “Ocidental”, encontrou na Educação um campo fértil para a disseminação da sua nefasta ideologia. Muitos pais, sequer dão-se conta da necessidade de investigar os temas e conteúdos que estão sendo tratados nas escolas, aliás, a maioria acredita que deixando seus filhos mais tempo no colégio, eles se tornarão pessoas melhores. Infelizmente, poucos ainda sabem, mas as escolas (principalmente as públicas), tornaram-se mais um meio de doutrinação esquerdista, que avança de maneira tão rápida que já alcançou estabelecimentos educacionais de cunho confessional (Católicas e Evangélicas). As Universidades já foram tomadas há muito tempo por docentes marxistas, graças ao impulso inicial dado pela estratégia ideológica do Sociólogo comunista Antônio Gramsci, e são hoje, a forma mais visível de doutrinação, porém, ainda que alguns não consigam reconhecer, ela já penetrou outros graus de escolaridade chegando até mesmo ao nível de escolarização inicial.
    Qualquer ação encabeçada para inserção da ideologia marxista nos dias de hoje, se orienta pela destruição dos valores hegemônicos da sociedade. Se antes, Marx pregava a luta de classes e uma revolução iminente e inevitável para a instalação do Socialismo (Socialismo Ortodoxo), hoje através das lições de Gramsci, ficou comprovado que nenhuma revolução obterá resultados se ela não for trabalhada através das ideias (Socialismo heterodoxo). Os adeptos deste último, notaram que seria necessário acabar com os pilares remanescentes que ainda impedem o desenvolvimento do pensamento Marxista: o Direito Romano, a Filosofia Grega e a cultura judaco-cristã. Note-se que estes três pilares encontram seu lugar principalmente no sistema educacional, por esse motivo, os socialistas heterodoxos encontraram neste, a base para a implementação ideológica do Socialismo no mundo, tal como prescreviam os precursores da chamada escola de Frankfurt(1). Inicia-se então, a tomada do sistema educacional começando pelas Universidades.
    No Brasil, não foi diferente. Todo o trabalho de infiltração na Educação, deu-se principalmente durante o período de industrialização, no qual se observa um profundo crescimento de entidades sindicais das mais diversas áreas, invadidas pelas ideologias de esquerda, com a adesão de grande parte de trabalhadores do recém-fundado Partido Comunista Brasileiro (PCB)(2). As escolas não ficaram imunes a essa ideologia, visto que na década de 1930 começam a surgir as primeiras diretrizes que vão fundamentar a educação pública brasileira nos anos seguintes. O principal destaque do período é o surgimento do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, um documento assinado por 26 pensadores que propunham um novo modelo educacional para o país, baseado nos princípios da estatização, gratuidade e laicidade(3). Este e outros manifestos criaram uma atmosfera ampla no pensamento dos condutores da política escolar, o que por consequência acabou escancarando as portas para a introdução da ideologia Marxista no Sistema.
    Nos anos 60, ante a expectativa de uma intervenção militar, em resposta ao fortalecimento de um braço armado da esquerda(4), muitos ideólogos comunistas passam a montar diversas estratégias visando mudanças no pensamento prevalecente, a fim de se incutir seus ideais em campos específicos, o mais proeminente destes foi a Universidade. Nos dias de hoje, sem dúvida, essa destruição dos pilares alcançou até mesmo os níveis iniciais de instrução com cartilhas que estimulam a sexualidade desregrada de crianças até 10 anos de idade(5). Uma série de professores (principalmente da área de história), estão sendo fortemente doutrinados para disseminar o Socialismo e o ataque aos valores cristãos dentro das escolas, eu mesmo sofri quando ingressei há 10 anos atrás, num curso preparatório para o vestibular, mas somente depois de 8 anos descobri que tudo tratava-se de uma imposição ideológica promovida pela instituição.
    Parece que a cada ano que passa a estratégia Marxista torna-se ainda mais voraz. Um dos casos mais alarmantes dos últimos tempos em nosso país, foi a decapitação simbólica do Papa Bento XVI em uma Universidade Católica (PUC-SP), este fato foi tão aclamado nas redes sociais católicas que até mesmo alguns alunos abriram o coração e denunciaram a perseguição que sofrem. Alguns inclusive, estão sendo impedidos de rezar ou manifestar abertamente a sua fé(6). E a doutrinação não se limita somente ao Ensino Fundamental e Universidades, vide as últimas provas do Enem, onde se observa expressamente a tentativa de doutrinar os alunos com questões de apoio à ideologia de fênero, feminismo, revolução sexual e ataques gratuitos contra os dogmas católicos, além de tentar relacionar o assassínio de homossexuais à fé Católica(7).
    Diante de tantos ataques resta-nos apenas buscar meios de desviar nossas crianças e jovens dessa doutrinação que já penetrou até mesmo as escolas confessionais. A primeira saída, deve ocorrer no curto prazo, trata-se de manter-nos vigilantes em relação à educação dos nossos filhos e parentes em idade escolar, acompanhando-os em todas as disciplinas, a fim de se monitorar os conteúdos que estão sendo repassados aos mesmos. O segundo passo, requer num prazo mais extenso, a união dos cristãos em torno de um objetivo único: a criação de escolas comunitárias confessionais ou a implementação do homescholling, que inclusive pelas questões antes apresentadas, estão crescendo nos países mais desenvolvidos(8). O primeiro seria mais adequado à situação existente em nosso país. Por fim, existe ainda uma luta itinerante de todos nós que se configura na manifestação expressa contra quaisquer projetos de leis que tenham por fim a inclusão da ideologia de gênero e afins na educação brasileira, para isso, é necessário vigilância e constante oração pois como já demonstramos num artigo aqui neste blog, o outro lado não dorme!!!



REFERÊNCIAS
1. Aula do Padre Paulo Ricardo: Reação à crise Marxista
2.Origens do Sindicalismo no Brasil: http://www.sintet.ufu.br/sindicalismo.htm
4.Contra-revolução necessária ou a desordem e o extermínio de inocentes? - Alessandro Barreta Garcia
5.Blog Libertatum: Governo lança cartilha que estimula crianças de 09 a 10 anos a fazer sexo.
7.Questões polêmicas do Enem por ordem: 2013: questão 26 e 44; 2012: questão 22; 2011: questão 40; 2014: questão 41.
8.Homeschooling: http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/cresce-a-adesao-a-educacao-domiciliar-nos-estados-unidos/n1597354516094.html