domingo, 12 de novembro de 2017

A PEC 181 e o desespero dos abortistas

Projeto de Emenda Constitucional, pode fechar definitivamente as brechas para o aborto no Brasil


   No último dia 08 foi aprovado na Comissão especial que trata da licença-maternidade no caso de prematuros, relatório onde se acrescenta, além do objeto principal da Comissão, ou seja, a licença-maternidade em casos de nascimentos prematuros, a proteção da vida desde a concepção.  Nos dias que se seguiram (nada diferente do comum), muitos protestos públicos e nas redes sociais, encabeçados por movimentos feministas e líderes da esquerda, se levantaram contra a aprovação do relatório, taxando os deputados que o aprovaram entre outras coisas de fundamentalistas, machistas, extremistas e todos aqueles adjetivos que fazem parte do rol esquerdista.

   Entre as argumentações contrárias ao citado relatório, a mais repetida é a de que com a possível aprovação desta PEC, que segue agora para votação em plenário, os “direitos” das mulheres, assegurados pela legislação brasileira atualmente, de recorrerem ao aborto nos casos excepcionais previstos, ou seja, quando a gravidez decorre de estupro, risco de vida ou quando há um diagnóstico de anencefalia do feto, poderão decair. Isto segundo os movimentos seria um grande “retrocesso” nos direitos adquiridos ao longo dos anos, que na verdade continuam a ferir a vida humana e serem utilizadas como forma de instrumentalizar de forma “legal” a ampliação dos limites para o aborto no Brasil.

   Há bons motivos para a reação das militantes feministas diante do quadro que se apresenta, uma vez que nos últimos tempos, uma série de assaltos à vida e à família vem sendo levadas a cabo no Brasil e a aprovação desta PEC, fecharia definitivamente as brechas para que o aborto pudesse ser legalizado. Em 2014, a Lei 12.845-2012 foi aprovada no Congresso Nacional, se apresentando como um projeto aparentemente benéfico para as mulheres vitima de violência sexual, no entanto, percebeu-se pouco depois, que a mesma abria precedentes para que as mulheres pudessem recorrer ao aborto bastando para isso, apenas sua palavra. Ano passado, mais uma vez, se apresentava no Congresso um Projeto de Lei, que procurava garantir o financiamento e o aparelhamento das clínicas para realizarem o pretendido pela famigerada Lei Cavalo de Tróia (12.845-2012), que passou a ser conhecido como “abortoduto”.

   Não bastassem as armadilhas colocadas dentro do Congresso, se apresentando de forma sorrateira e aproveitando-se do lado emocional dos parlamentares ao ingressarem para votação, sempre nos dias que antecedem as comemorações do Dia Internacional da Mulher, recentemente também a Suprema Corte brasileira entrou na guerra pelo aborto, reinterpretando a constituição para admitir a realização do aborto até a terceira semana de gestação. Após a fatídica e arbitrária decisão do STF, um partido da esquerda brasileira, ingressou com uma Ação na Suprema Corte solicitando a autorização para a realização de abortos durante todo o período de gestação.

   Os projetos de Lei que protegem a vida humana desde a concepção, nada mais fazem do que reafirmar o contido na Convenção Americana de Direitos Humanos (1969), da qual o Brasil é signatário, apesar disso, não ganharam força no Congresso, pois em que pese a esmagadora maioria dos brasileiros ser contrária à prática do aborto, estes não se fazem ouvir quando se trata desta e outras questões. A prolongada crise moral e política recente, também não oferece margem para votação destes projetos. A inclusão da proteção da vida desde a concepção na PEC 181, decorre de uma necessidade urgente diante das ameaças cada vez mais crescentes à vida humana no Brasil recentemente.

   Devemos nós também agir de forma proativa neste momento, dando apoio aos deputados que incluíram o termo na citada PEC e aqueles que a aprovaram na Comissão Especial, ademais, pressionar todos os parlamentares, especialmente aqueles de nossos estados para que aprovem esta PEC conforme o relatório enviado, aliviando desta forma o fardo pesado daqueles que não tem voz e nem vez e são ameaçados no seu nível mais frágil, ou seja, os nascituros. Que Nossa Senhora nos ajude!!!

 

domingo, 5 de novembro de 2017

Os frutos dos 500 anos da “Reforma”



É possível comemorar a revolução protestante diante dos frutos gerados pelo levante?


   No último dia 31, foi comemorado no mundo protestante, os 500 anos do levante de Lutero contra a Igreja Católica ao pregar na porta da Capela de Wittemberg, 95 teses que questionavam alguns preceitos milenares da Santa Igreja. Desde então, o cisma ganhou força e o protestantismo se espalhou por grande parte da Europa e posteriormente, atingiu o mundo Ocidental que há muitos anos se estabelecia no fundamental ensinamento Cristão Católico. A partir disso, que conseqüências foram geradas por esta grande cisão dentro da Igreja que levou um grande número de pessoas a aderirem aos ensinamentos de Lutero e seus asseclas?
   Não se pode fazer uma análise completa a respeito dos frutos gerados pelo levante do protestantismo, sem considerar os principais dogmas encabeçados então pela corrente teológica luterana. Os chamados “Solas” de Lutero foram cruciais para que 1500 anos de árdua evangelização e lutas contra heresias, todas elas destruídas por grandes mentes da escolástica e da patrística como Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, Santo Atanásio entre outros, fossem colocadas abaixo em questão de anos, e que poderiam ter sucumbido com a fé autêntica dos apóstolos não fosse o trabalho árduo da Igreja a partir do Concílio de Trento, considerado o mais longo da história, e a promessa do próprio Cristo quando este afirmou que as portas do inferno não prevaleceriam contra a mesma (Mt 16,18).
   Os dogmas e questionamento de Lutero, os quais constituíram posteriormente a base do protestantismo, não teriam força se não estivesse disseminada, em seu tempo, uma corrente filosófica compatível com seu pensamento. O nominalismo, vertente filosófica de Guilherme de Occam, destruiu o conhecimento escolástico que vinha sendo estabelecido dentro dos mosteiros, de forma muito particular a metafísica. Neste ínterim, a disseminação dos erros do protestantismo sobre grande parte do continente europeu seria apenas questão de tempo.
   O dogma do Sola Scriptura, afirma que apenas a Sagrada Escritura é fonte de autoridade de fé entre os cristãos. Com isto, renega-se o Magistério e a Tradição como determinantes, unidos à Escritura no estabelecimento da regra de fé para unidade com a Igreja. O problema se amplia quando este dogma se une ao livre exame das escrituras, que também veio alinhado com o primeiro na revolução protestante. A explosiva união destas duas concepções gerou, por conseguinte, mais divisões até mesmo entre os protestantes que hoje sequer chegam ao consenso no que diz respeito aos aspectos básicos da fé: alguns, por exemplo, afirmam segundo sua própria interpretação da bíblia que o dia dedicado ao Senhor é o Sábado e não o Domingo, outras admitem o divórcio e até mesmo casamento gay já é possível entre algumas denominações protestantes.
   Outro dogma que fundamentou o levante é o Sola Fide, este derivado do Sola Sciptura, que se fundamenta na concepção de que apenas a fé é capaz de salvar um cristão, não sendo necessárias as obras de penitencias, especialmente as indulgências como forma de reduzir as penas temporais, mas somente a fé. Interessante observar que todos estes pressupostos são facilmente derrubados pela própria escritura que afirma entre outras coisas, ser a Igreja a autentica interprete da Escritura e sustentáculo da Verdade (I Tm 3,15), além de declarar a livre interpretação das escrituras como fonte de confusão (I Pd 1,20) e ainda, a esterilidade proveniente de uma fé que não se traduz em obras (Tg 2,26). Infelizmente, o relativismo e a confusão gerada hoje entre os protestantes têm como fonte a rebeldia de Lutero que assim como Satanás, revoltou-se contra Deus, precipitando no abismo dos infernos por sua conduta.
   Se é pela árvore que se conhece os frutos (Lc 6,44), podemos perceber as consequências derivadas da revolução encabeçada por Lutero. De um lado, um grupo numeroso de seitas que crescem a cada dia, tendo entre sim um único ponto de concordância: o ódio à fé Católica e tudo o que ela proporciona, e de outro, um número cada vez maior de pessoas caindo no ateísmo e no relativismo, pensando que sua forma de vida basta para agradar a Deus desde que tenha fé. Não se pode comemorar um infeliz desfecho destes, ainda mais vindo dos Católicos. Peçamos a Deus pela unidade dos cristãos.